Os dois últimos anos colocaram a economia do Brasil num cenário nebuloso e diante de um árduo desafio. O cenário tem roteiro e personagens conhecidos: impeachment […]
Os dois últimos anos colocaram a economia do Brasil num cenário nebuloso e diante de um árduo desafio.
O cenário tem roteiro e personagens conhecidos: impeachment presidencial, escândalos políticos, descrédito dos investidores e um governo provisório buscando soluções imediatas e impopulares. Um dos resultados: empresas demitindo e fechando impulsionam a crise e a economia se desacelera ainda mais. A taxa de desemprego bate nos 13,7% (Pnad/IBGE) e muitos empresários e investidores recuam nas estratégias de aplicações de recursos.
O grande desafio para o empresariado, além de manter atividade e rentabilidade, é buscar as melhores estratégias para expandir. Na contramão da realidade econômica, é preciso olhar para a frente e fazer apostas, alicerçando-as em plataformas de sustentação bem definidas, como plano de negócios, estudo de mercado e planejamento estratégico.
Um modelo adequado de gestão faz toda a diferença na tomada de decisões. Tomemos um exemplo de desafio: assumir a gestão de uma empresa em outro estado e, em cinco anos, dobrar seu faturamento. Planejamento e análise sistêmica foram vitais para, ao final deste ciclo e do trabalho desenvolvido, constatar um fechamento não apenas dobrado, mas quatro vezes maior. Analisando o ano passado, constata-se que o desafio de gestão foi ainda mais audacioso. Como foi possível uma empresa se reinventar com ameaças diretas da concorrência e diante de um segmento limitado a questões físicas e estruturais e ainda em meio a uma crise econômica?
O exemplo mostra que é possível expandir, com decisões acertadas, dedicação e muito trabalho. Mas o crescimento também reflete o que foi construído ao longo dos anos. Planejamento estratégico foi a base. Desenhado para cinco anos, ele embasa os vetores de crescimento. Um foco bem definido e claro para todos os envolvidos viabiliza entender como se projeta um crescimento de até 10% nas receitas em 2017, ano de continuidade da crise, como indicam as tendências.
Além dos ativos, é imprescindível o investimento em recursos humanos. As pessoas são o reflexo da cultura, e equipes engajadas não possuem os três elementos que destroem uma empresa: ansiedade, pessimismo e ego.
O modelo de gestão adotado por nossa corporação, a do exemplo acima, foi o que possibilitou este grande passo. Os mais de 150 indicadores, os 100 projetos, a Governança Corporativa e o compromisso do grupo fortalecem o planejamento estratégico. Os últimos seis meses mostram uma empresa em expansão, que passou de 400 para 850 colaboradores, cresceu de três para 15 unidades e dobrou as metas.
O modelo de gestão por competências, aplicando a meritocracia, orienta os colaboradores nas suas aptidões humanas, técnicas e funcionais; estimula o desenvolvimento de uma cultura voltada ao aprendizado e ao feedback; constrói oportunidades de carreira e demonstra transparência na gestão de pessoas. Os talentos organizacionais e individuais sentem-se valorizados e têm orgulho de pertencer, fortalecendo a tomada de decisões e a superação de obstáculos.
O desafio do crescimento em um cenário de crise existe e é real, mas é vencido com iniciativa, dedicação e planejamento.
Djalma Vilela, Presidente do Grupo Multilog