Movimentação e contratação executiva

Especialmente em um ambiente econômico ainda instável, quem gera receita e quem assegura a entrega com eficiência se torna peça-chave.

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Um levantamento recente da deBernt revela um retrato muito alinhado com o que temos vivenciado no mercado de executivos neste primeiro quarter de 2025. A demanda forte por áreas de Comercial/Vendas (57,3%) e Operações/Supply Chain (34,7%) reflete uma tendência clara: após anos de foco em ajustes internos e transformação digital, as empresas agora priorizam crescimento e eficiência. Especialmente em um ambiente econômico ainda instável, quem gera receita e quem assegura a entrega com eficiência se torna peça-chave.

Essa movimentação é confirmada por exemplos recentes: setores como tecnologia, varejo e bens de consumo têm reforçado suas estruturas comerciais para conquistar novos mercados e otimizar margens. Paralelamente, as operações surgem como uma nova fonte de vantagem competitiva, impulsionadas pelo crescimento de iniciativas como a logística 4.0 e supply chains verdes. Tecnologias-chave, como a automação — fundamental para acelerar processos — e a análise de dados — essencial para decisões mais precisas e estratégicas — estão transformando as operações logísticas. Tanto empresas multinacionais quanto nacionais estão incorporando práticas sustentáveis em suas cadeias de suprimentos, buscando não apenas ganhos de eficiência, mas também um compromisso maior com a responsabilidade ambiental e social.

Outro dado interessante é a importância crescente do fit cultural (53,1%) e da visão estratégica (63,3%) como critérios de contratação. Não basta ser um especialista técnico: é crucial que o executivo entenda o negócio de maneira ampla, proponha caminhos futuros e, principalmente, tenha valores aderentes à cultura organizacional. Esse alinhamento cultural, inclusive, é essencial para o crescimento organizacional, pois representa o alinhamento dos colaboradores às crenças, atitudes e comportamentos centrais da empresa. A Harvard Business Review define o "fit cultural" como a probabilidade de um indivíduo se adaptar à cultura da empresa às crenças, atitudes e comportamentos centrais que compõem a organização. Considerar atributos intangíveis no momento da contratação, além das competências técnicas, fortalece relações de respeito, comprometimento e potencializa os resultados.

Além disso, a experiência específica (47,7%) e o histórico de resultados (51,6%) ainda pesam bastante, sinalizando que o mercado busca uma combinação de capacidade comprovada de entrega e flexibilidade estratégica.

O fato de Tecnologia/Digital (29,8%) e Marketing/Customer Experience (28,2%) aparecerem como prioridades também evidencia uma continuidade da transformação digital nas empresas, mas agora com foco ainda maior no cliente e na personalização da jornada. Varejistas, bancos digitais e healthtechs, por exemplo, têm investido pesado na contratação de executivos que entendam de CX (Customer Experience) como diferencial competitivo.

Quanto aos dados extraídos sobre perspectivas de movimentações, a maioria das empresas (52,8%) pretende manter seu quadro atual de colaboradores, o que sugere um cenário de cautela — nem de retração, nem de grande expansão - estabilidade é a palavra-chave.

Crescimento moderado à vista: Uma parte das empresas prevê um crescimento leve (até 10%), o que mostra que, apesar da cautela, há otimismo em nichos ou áreas específicas.

Planos de expansão tímido: apenas 3,1% das empresas projetam um crescimento superior a 20%, o que reforça o perfil conservador do mercado no atual contexto.

Em resumo:

  • As contratações estão mais focadas em posições que impactam diretamente receita, eficiência e experiência do cliente.
  • O perfil do executivo ideal hoje combina visão estratégica, alinhamento cultural e histórico de resultados comprovados.
  • A movimentação no mercado está mais criteriosa, com contratações seletivas para crescimento sustentável.
  • Áreas como vendas, operações, tecnologia e marketing seguirão liderando a demanda por talentos executivos nesse 1º quarter de 2025.

O mercado está prudente, mas não estagnado. Há abertura para crescimento estratégico, principalmente em empresas que estão melhor posicionadas ou que identificaram oportunidades específicas.