Estar empregado é sinônimo de segurança?  

Quando estão empregados em uma boa empresa e em um cargo relevante, com benefícios e salário satisfatórios, é normal que alguns profissionais sintam-se confortáveis e despreocupados […]

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Quando estão empregados em uma boa empresa e em um cargo relevante, com benefícios e salário satisfatórios, é normal que alguns profissionais sintam-se confortáveis e despreocupados com o futuro. Mas será que mesmo diante de aparente tranquilidade deve-se deixar de olhar para o mercado?

É muito importante desconstruir a ideia de que ter um emprego com carteira assinada significa estar seguro. Isso não é verdade, pois para se manter em uma posição é necessário não só que o profissional atinja os objetivos do cargo com competência e boa performance, mas também que a economia esteja aquecida, assim como os negócios da empresa. Sabemos que a demissão não acontece apenas para quem não é um bom profissional. Nesses tempos de crise, por exemplo, os desligamentos não escolheram cargo nem qualidades. Setores fecharam e empresas pararam de produzir, deixando centenas de pessoas desempregadas da noite para o dia.

Neste momento, quem não se preparou é o mais prejudicado. Por mais tranquilidade que um cargo possa passar, é um erro se acomodar e acreditar que nunca será desligado.

Em processos de Outplacement, é muito comum lidarmos com profissionais que chegam frustrados e decepcionados, porque acreditam que a empresa não reconheceu devidamente os bons serviços prestados nem a dedicação total aos negócios da organização. Focar a carreira somente para as necessidades do local em que se trabalha é um grande equívoco. Deve-se, claro, empenhar todo esforço em sua função e procurar se destacar, mas nunca deixar de cuidar da própria carreira e desenvolver outras competências. Não se pode delegar esta obrigação para o departamento de recursos humanos da empresa. Não são os gestores que devem cuidar do futuro de seus funcionários; cada um deve buscar o que é melhor para si e visualizar quando surgirem oportunidades de promoções, por exemplo.

O profissional deve procurar conhecer áreas distintas onde trabalha, sugerir melhorias, manter um bom relacionamento com os colegas e agir de modo politicamente correto. Estas atitudes ampliam o conhecimento e visibilidade e aumentam a empregabilidade. Transitar em outros setores e ouvir dos colegas sobre projetos e soluções também é uma forma de povoar sua rede de contatos, o que é fundamental.

Mas, o networking não deve existir somente no local de trabalho. É preciso dedicar um tempo para si mesmo, para participar de eventos, cursos, especializações e manter atualizado o contato não só com colegas da empresa atual e de outras por onde passou, mas com fornecedores, clientes, professores e colegas de estudo, por exemplo.

Tenha sempre uma conversa aberta com seus líderes e também subordinados para entender qual a avaliação de seu trabalho. No Brasil, ainda não existe uma cultura firme de feedback no trabalho, mas esta é uma das ferramentas mais importantes e gratuitas que o profissional tem em mãos para poder crescer na carreira. É importante buscar informações sobre como as pessoas o veem dentro da empresa, como enxergam seu potencial e ouvir as sugestões sobre o que poderia desenvolver melhor, não só tecnicamente, mas na área comportamental também.

Estar atento às movimentações do mercado, do setor em que se atua, do que está sendo requisitado nas oportunidades divulgadas  e trocar informações é essencial. O profissional deve estar sempre preparado, ter um objetivo claro de carreira e diariamente pensar em ações para se desenvolver sem depender da organização em que atua, pois se acontecer uma demissão, será mais fácil de garantir uma recolocação e manter-se ativo profissionalmente e garantir sua fonte de renda.

 

Jucilene Rocha Dal’Negro é Consultora em Talent Management da De Bernt, conduzindo processos de Outplacement individual e coletivo, Assessment e Aconselhamento.