Tendências e desafios para a Black Friday 2024

A maior data do varejo brasileiro se aproxima, e seu impacto já influencia as tendências de consumo e as estratégias de marketing no mercado. Estima-se que bilhões sejam movimentados pelas campanhas promocionais que antecedem, acompanham e seguem a última sexta-feira de novembro.

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A Black Friday teve origem nos Estados Unidos, em 1960, como uma estratégia para estimular a economia local após o feriado de Ação de Graças, marcando oficialmente o início da temporada de compras das festas de fim de ano.

Quase meio século depois, em 2010, a data chegou ao Brasil, inicialmente concentrada no e-commerce, mas rapidamente expandiu-se para o varejo físico. Hoje, a ocasião é um marco consolidado no calendário comercial, com campanhas promocionais que se estendem antes, durante e após a última sexta-feira de novembro, movimentando bilhões de reais.

Mais do que uma oportunidade de vendas, o evento tornou-se um termômetro das tendências de consumo e um indicador da capacidade de inovação e adaptação das empresas. Para maximizar resultados e fidelizar clientes, são exigidas estratégias cada vez mais refinadas em precificação, marketing e logística, indispensáveis para criar vantagens competitivas.

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Black Friday 2024: O que esperar desta edição?

O cenário econômico favorável em 2024 manteve estável a intenção de compra dos brasileiros ao longo do segundo semestre. Segundo dados do Think with Google, 61% dos 2.500 entrevistados afirmaram ter intenção de adquirir produtos ou serviços nesta temporada de ofertas.

O estudo, realizado entre julho e outubro, mapeou 33 categorias de compras e revelou que o interesse dos consumidores não se limita ao varejo tradicional. Eletrônicos, moda e beleza permanecem em destaque, mas as áreas de lazer, alimentação e educação ganharam relevância, ampliando as oportunidades para marcas desses segmentos.

Enquanto 86% das intenções de compra nas categorias de casa e alimentação são voltadas para consumo próprio, 67% das aquisições em lazer e brinquedos estão associadas a presentes de Natal.

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Consumidores: Pix popularizado e natureza multicanal

A Black Friday no Brasil evoluiu de uma ação predominantemente online para uma operação multicanal. Atualmente, 59% dos consumidores afirmam que realizam compras combinando canais online e offline, demonstrando a integração natural entre essas opções no mercado brasileiro.

Apesar do equilíbrio, os sites continuam sendo os canais preferidos para as principais categorias, com destaque para viagens e educação, enquanto as lojas físicas lideram nas compras de itens de alimentação, casa e pets. Aplicativos, por sua vez, ganham relevância principalmente no setor de serviços.

Independentemente do meio, o Pix consolidou-se como o método de pagamento favorito entre os brasileiros. Sua rapidez, praticidade e os descontos exclusivos superam até mesmo a vantagem do parcelamento oferecida pelos cartões de crédito.

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Marcas: Adaptando estratégias para conversão

Com a proximidade da última sexta-feira de novembro, pelo menos 40% dos consumidores com intenção de compra já iniciaram suas pesquisas, refinando escolhas e avaliando condições. A complexidade e o valor do produto ou serviço influenciam a antecedência dessas buscas, enquanto itens mais práticos e acessíveis, como o delivery de alimentos, tendem a ser considerados no próprio dia do evento.

Marcas que se destacam investem em estratégias focadas nos principais motivadores de escolha: condições atrativas, confiabilidade e qualidade. O frete grátis, por exemplo, é decisivo para 43% dos interessados em livros e papelaria, além de 37% dos consumidores de móveis, roupas e itens de beleza. Por outro lado, quem busca artigos esportivos é mais impactado por descontos agressivos do que por benefícios adicionais.

Com base em dados e insights de mercado, as empresas ajustam suas campanhas de marketing e mídia para atrair consumidores de forma precisa e eficaz. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o e-commerce deve movimentar R$ 11,63 bilhões entre 28 de novembro e 1º de dezembro, um crescimento de 9,1% em relação a 2023. Esse número reforça a Black Friday como uma das datas mais relevantes para o comércio brasileiro, tanto em faturamento quanto em inovação estratégica.