Reforma tributária: transformações exigem preparação e resiliência

Aprovada em 2023, a reforma tributária brasileira representa a maior transformação fiscal das últimas décadas, com impactos profundos sobre todos os setores econômicos. A principal mudança é a substituição de cinco tributos por dois novos impostos baseados no modelo de IVA: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). Além disso, o Imposto Seletivo (IS) será criado para produtos nocivos à saúde e ao meio ambiente.

A transição, que ocorrerá até 2033, promete maior simplicidade, previsibilidade jurídica e estímulo ao investimento produtivo. No entanto, demandará adaptações significativas em sistemas, contratos, rotinas e na cultura organizacional das empresas.

O e-book da KPMG, em parceria com a Amcham, sugere cinco ações essenciais para a preparação: atualização estratégica, diagnóstico financeiro-operacional, planejamento tecnológico, mobilização de equipes e execução com monitoramento contínuo. Com uma abordagem estruturada, é possível transformar os desafios da reforma em ganhos de eficiência e competitividade.

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Mudanças demandam adaptação nas empresas para manutenção de competitividade e eficiência

Aprovada em 2023, a reforma tributária representa a maior transformação fiscal das últimas décadas no Brasil. Mais do que uma mudança legislativa, ela reescreve as bases do sistema de arrecadação, com impactos estruturais sobre empresas de todos os setores.

Segundo o e-book Reforma Tributária 2025: 5 passos essenciais para sua empresa se preparar, produzido pela KPMG em parceria com a Amcham Brasil, a partir de 2026 será implantado um novo modelo baseado no Imposto sobre Valor Agregado (IVA), mais transparente e eficiente.

O novo desenho tributário

O novo sistema substituirá cinco tributos por dois:

  • Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) – de competência federal;
  • Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) – gerido por estados e municípios.

Ambos se baseiam no modelo de IVA, prática comum em economias desenvolvidas, que promete mais clareza na apuração e menor cumulatividade. A transição será gradual até 2033, com redução progressiva de tributos antigos como ICMS, PIS, Cofins, IPI e ISS.

Outro ponto relevante é o Imposto Seletivo (IS), previsto para entrar em vigor em 2027, que incidirá sobre produtos prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, como bebidas alcoólicas, tabaco e combustíveis. Com alíquotas variáveis, o IS trará desafios estratégicos para setores regulados e exigentes em precificação.

Menos burocracia, mais previsibilidade

A proposta é modernizar o sistema, eliminar distorções como a guerra fiscal entre estados e a sobreposição de tributos, e reduzir a complexidade que historicamente limitava a competitividade brasileira.

A expectativa é que o novo modelo promova:

  • Maior previsibilidade jurídica;
  • Redução de custos operacionais;
  • Estímulo ao investimento produtivo.

Porém, até 2033, empresas enfrentarão a coexistência de regimes antigos e novos, exigindo ajustes contábeis, contratuais, sistêmicos e operacionais.

Cinco passos essenciais para a adaptação

O e-book da KPMG propõe uma abordagem estruturada com cinco passos para enfrentar a nova realidade tributária:

1. Atualização e mapeamento estratégico

Monitorar em tempo real os desdobramentos legislativos é crucial. É preciso mapear riscos e impactos específicos por setor, como varejo, indústria, tecnologia ou exportação.

2. Diagnóstico financeiro e operacional

Revisar custos operacionais, simular impactos e avaliar a pertinência de regimes tributários como o Simples Nacional. Pode ser necessária a reestruturação de cadeias de suprimentos e processos internos.

3. Planejamento tecnológico

Sistemas ERP precisarão ser adaptados para garantir conformidade e automação de apurações. Integração entre as áreas fiscal, contábil e de TI será estratégica para mitigar riscos e aumentar eficiência.

4. Mobilização das equipes

A reforma requer mudança de cultura. Toda a organização, da alta liderança às operações, precisa estar capacitada para atuar sob as novas regras.

5. Execução e monitoramento contínuo

Recomenda-se iniciar a implementação com projetos-piloto e definir indicadores-chave de desempenho (KPIs), como tempo de apuração, litígios evitados e aproveitamento de créditos.

Oportunidade em meio ao desafio

Embora desafiadora, a transição pode se tornar uma oportunidade concreta de ganho de eficiência e competitividade. Com planejamento eficaz, empresas poderão transformar o novo arcabouço fiscal em vantagem estratégica, promovendo uma atuação mais moderna, integrada e alinhada às boas práticas globais.