Empresas que aplicam uma abordagem end-to-end na gestão da cadeia de valor estão conquistando ganhos reais de performance e resiliência. A eficiência operacional deixou de ser uma meta pontual para tornar-se um imperativo estratégico de longo prazo.

Em um cenário de pressões inflacionárias, incertezas geopolíticas e mudanças regulatórias constantes, líderes empresariais são desafiados a ampliar margens, reduzir desperdícios e, sobretudo, garantir sustentabilidade operacional. A nova matéria da KPMG sobre otimização da eficiência na cadeia de valor traz à tona uma visão que transcende cortes pontuais de custos: trata-se de repensar o modelo de negócio de forma integrada.
A ineficiência como risco estrutural
Muitas organizações ainda recorrem a medidas reativas e fragmentadas — como renegociação com fornecedores ou cortes em despesas variáveis — na tentativa de controlar custos. No entanto, como aponta a análise da KPMG, esse tipo de abordagem produz ganhos limitados e temporários. A real vantagem competitiva surge quando as empresas conseguem visualizar toda a cadeia de valor como um sistema interconectado, e aplicam melhorias coordenadas em suas engrenagens principais.
Um dos principais gargalos está nos processos comerciais e de marketing. A ausência de planejamento estruturado, combinada ao aumento das tarefas administrativas e à falta de digitalização, reduz diretamente a produtividade e a capacidade de conversão de oportunidades em receita. Da mesma forma, áreas de suporte como finanças, jurídico e RH ainda operam com sobreposição de funções e baixa automatização — resultando em perda de escala, redundância e risco operacional.
Eficiência com propósito e visão estratégica
O estudo destaca que ganhos sustentáveis — superiores a 15% na estrutura de custos operacional — são possíveis, mas requerem mais do que tecnologia ou corte de pessoal. Eles dependem de compreensão estratégica profunda: onde a empresa quer chegar, qual o seu posicionamento e quais processos são realmente diferenciais para entregar valor ao cliente.
Com base nessa análise, a racionalização de despesas deixa de ser uma tarefa isolada da controladoria e passa a ser uma agenda de liderança. CEOs e diretores executivos devem atuar lado a lado com áreas operacionais, redesenhando fluxos críticos e eliminando desperdícios que comprometem a entrega de valor.
O papel da colaboração e da melhoria contínua
Outro ponto forte levantado pela KPMG é a colaboração entre as áreas de negócio, um fator decisivo para o sucesso da otimização. Implementar soluções padronizadas sem ouvir os envolvidos gera resistências e compromete a efetividade das mudanças. Por isso, projetos bem-sucedidos de eficiência são aqueles que contam com envolvimento ativo das lideranças operacionais, desde o diagnóstico até a execução.
A aplicação de metodologias como lean management, focada na eliminação de desperdícios e na criação de valor fluido para o cliente, surge como um diferencial. Além disso, programas estruturados de melhoria contínua e capacitação de equipes são essenciais para manter a competitividade ao longo do tempo.
Eficiência como diferencial competitivo sustentável
Em um ambiente corporativo cada vez mais orientado por dados e resultados, a eficiência da cadeia de valor deixou de ser uma meta operacional para se tornar uma alavanca estratégica de crescimento e sustentabilidade. Empresas que conseguem enxergar além do curto prazo e integram a otimização à sua cultura organizacional saem na frente — com estruturas mais leves, times mais produtivos e decisões mais ágeis.
A mensagem é clara: eficiência não se trata de fazer mais com menos, mas de fazer melhor com inteligência e alinhamento estratégico. É nessa fronteira que reside o verdadeiro diferencial competitivo para os próximos anos.
Fonte: KPMG