Para CEOs e executivos, o crescimento é inegociável. Um estudo da McKinsey (março/2025) aponta que novos negócios são a chave, podendo representar 25%-30% das receitas na América Latina em cinco anos. Na região, 95% das empresas têm ativos subutilizados prontos para gerar valor — de serviços baseados em IA, como monitoramento preditivo, a plataformas digitais integradas ao core business.

Para CEOs e executivos, o crescimento é uma prioridade estratégica inegociável. A questão central não é "se" sua empresa deve crescer, mas "como" alcançar esse objetivo de maneira sustentável e competitiva. Um estudo recente da McKinsey, publicado em março de 2025, destaca que a construção de novos negócios emerge como uma solução robusta e resiliente. Na América Latina, essa abordagem está entre as três principais prioridades estratégicas dos líderes corporativos, com projeções indicando que novos negócios podem responder por 25% a 30% das receitas nos próximos cinco anos. Este artigo explora como sua organização pode capitalizar essa oportunidade, com insights fundamentados e exemplos práticos.
Potencial Estratégico na América Latina
O levantamento da McKinsey revela que os novos negócios são vistos como um vetor crítico de crescimento na região. Líderes empresariais latino-americanos projetam que essas iniciativas contribuirão significativamente para o faturamento corporativo em um horizonte de cinco anos, consolidando sua relevância no planejamento estratégico.
E esse cenário pode ser desenhado nos mais diversos segmentos de mercado como por exemplo, uma companhia de varejo com forte presença no comércio eletrônico pode estruturar um serviço de assinatura baseado em dados analíticos de consumo, oferecendo produtos customizados. Ou ainda uma indústria de alimentos que pode diversificar seu portfólio com uma linha de refeições prontas, aproveitando sua capacidade instalada de produção. E seguindo para serviços, em uma empresa de telecomunicações o lançamento de uma plataforma de educação digital corporativa, utilizando sua infraestrutura de conectividade como diferencial competitivo seria uma ideia a ser explorada nesse contexto.
Ativos Subutilizados: Identificando Oportunidades Internas
Segundo o estudo global da McKinsey, 95% das empresas latino-americanas possuem ao menos um ativo — produto, serviço ou capacidade — pronto para ser explorado comercialmente. Esses "tesouros escondidos" representam uma vantagem estratégica significativa, frequentemente negligenciada.
E com a exponencial evolução das IAs nos mais diversos segmentos, ideias para tirar esses “tesouros escondidos” do papel e transformar em receita, não faltam, inclusive na indústria, onde uma fabricante de equipamentos industriais, por exemplo, poderia transformar dados históricos de manutenção em um serviço de monitoramento preditivo baseado em inteligência artificial.
Integração com o Core Business: Governança e Sinergia
O sucesso de novos negócios depende de sua integração estratégica com as operações principais da empresa. Governança bem definida, alocação de talentos especializados e incentivos alinhados à liderança do negócio original são fatores críticos para evitar atritos e maximizar o retorno sobre o investimento. Esses elementos garantem que as iniciativas complementem o core business, gerando sinergias e protegendo a saúde financeira da organização.
Dentro dessa estratégia de novos negócios geridos por uma governança bem definida, podemos citar o caso de uma seguradora que desenvolve um aplicativo de gestão de saúde integrado ao seu portfólio, oferecendo benefícios vinculados a seguros de vida e saúde. Isso exige uma governança clara, com um comitê dedicado para alinhar o projeto aos objetivos corporativos, a alocação de especialistas em tecnologia e saúde para liderar o desenvolvimento, e incentivos à liderança do negócio principal, como bônus atrelados ao aumento de vendas. Ascendência à retenção de talentos também é essencial, com programas de mentoria e desenvolvimento contínuo para garantir que os profissionais estejam preparados para os desafios do mercado.
Ativos Estratégicos e o Papel da Inteligência Artificial
Dados corporativos, propriedade intelectual, tecnologias emergentes e capacidades internas escaláveis são os pilares fundamentais para a construção de novos negócios. Nesse contexto, a inteligência artificial (IA) destaca-se como o principal habilitador, com 80% dos líderes apontando seu impacto transformador nos próximos cinco anos, conforme o estudo da McKinsey. Tecnologias complementares, como Internet das Coisas (IoT) e blockchain, também desempenham papéis relevantes, mas é a IA que lidera a revolução, potencializando a digitalização e a escalabilidade das operações. A Pesquisa Executive Intelligence 2025 da deBernt reforça essa percepção: 46,1% dos executivos entrevistados identificam a IA, junto à inovação em produtos e serviços, como os maiores impulsionadores de negócios em 2025, evidenciando a crescente centralidade da tecnologia no fortalecimento das estratégias corporativas.
Para que as empresas aproveitem ao máximo o potencial da IA e escalem seus negócios, é essencial ir além da estrutura tecnológica do core business e investir em uma arquitetura específica que suporte a inovação contínua.
A transformação digital exige uma infraestrutura tecnológica robusta, com data lakes, computação em nuvem e automação inteligente para processar dados em tempo real e gerar insights, além de uma governança de dados sólida e equipes especializadas, como cientistas de dados, trabalhando em squads alinhados às metas corporativas. Contornando desafios como a transformação cultural e a adaptação rápida, as empresas podem adotar agile innovation, com testes em sandboxes e parcerias tecnológicas, integrando predictive analytics e sistemas interoperáveis para prever demandas, como no varejo, superando o ERP tradicional.
Vantagem Competitiva da Experiência e seus resultados tangíveis
Organizações com experiência consolidada na construção de novos negócios demonstram taxas de sucesso duas vezes superiores. Essas empresas alcançam, em média, receitas 12 vezes maiores no quinto ano pós-lançamento, com apenas o dobro do investimento inicial até o breakeven. Esse desempenho é atribuído a uma abordagem disciplinada, investimentos consistentes e equipes dedicadas.
Globalmente, novos negócios já representam 13% das receitas e 16% do valor corporativo das empresas pesquisadas. Na América Latina, o potencial é ainda mais expressivo, com mais de 95% das organizações possuindo ativos subutilizados com viabilidade comercial.
Como executivo, sua missão é identificar e ativar esses ativos latentes. Quais dados ou competências internas podem ser monetizados? Sua governança corporativa já tem maturidade para gerir novos negócios? De que forma a IA pode acelerar a inovação? Como alinhar novos negócios ao core da empresa para gerar valor sustentável? As respostas a essas questões podem redefinir o posicionamento estratégico da sua empresa.