Liderança horizontal: o novo eixo da transformação organizacional

A liderança horizontal surge como resposta aos limites dos modelos hierárquicos tradicionais. Com base em estudo da HSM Management e análises da deBernt, o artigo explora como confiança, propósito e autonomia se tornam pilares de culturas organizacionais mais humanas e sustentáveis.

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A busca por modelos de gestão mais colaborativos tem ganhado espaço à medida que organizações enfrentam os limites dos formatos hierárquicos tradicionais. Em um cenário de transformação constante, estruturas engessadas já não respondem com agilidade aos desafios de engajamento, produtividade e retenção de talentos.

De acordo com publicação recente na HSM Management, assinada por Cristiano Zanetta, empresário, professor e referência nacional em humanização, a liderança horizontal surge como resposta a essas limitações ao privilegiar colaboração, autonomia e bem-estar como vetores de desempenho sustentável.

O tema dialoga com evidências externas: relatório do Fórum Econômico Mundial aponta saúde mental e qualidade de vida como pilares estratégicos para atrair e reter talentos até 2025, enquanto a McKinsey, em “Nova liderança para uma nova era de organizações prósperas”, descreve a transição de estruturas rígidas para equipes de liderança em rede, mais ágeis e conectadas ao negócio.

Práticas que sustentam a liderança horizontal

Escuta ativa e confiança: compreender perspectivas e desafios de ponta favorece decisões melhores e adaptação rápida.

Propósito como motor de engajamento: clareza do “porquê” eleva pertencimento e cooperação, conectando entregas ao impacto do negócio.

Autenticidade como alicerce: coerência entre discurso e prática consolida transparência e amplia a contribuição genuína das equipes.

Os achados ecoam a leitura da McKinsey sobre o fim do líder “solista” e a ascensão de redes de liderança que eliminam gargalos, fortalecem a transparência e aceleram a execução. Já o Fórum Econômico Mundial reforça que políticas de bem-estar, flexibilidade e apoio emocional deixam de ser periféricas e migram para o centro da estratégia de gente e cultura.

Do comando ao protagonismo coletivo

A liderança horizontal não é apenas uma alternativa ao modelo hierárquico tradicional, mas uma resposta concreta às demandas de um mundo mais complexo e interconectado. Ao valorizar confiança, propósito e autenticidade, cria condições para que equipes se tornem mais engajadas e capazes de inovar em ritmo sustentável.

Nesse contexto, Camilla Souza, Partner na deBernt e especialista em cultura organizacional e liderança contemporânea, reforça que a horizontalidade não nasce de um organograma, mas de uma nova consciência coletiva:

“Quando o poder é compartilhado, o protagonismo cresce, a escuta se expande e o resultado aparece como consequência natural da confiança. Na prática, isso significa criar ambientes onde as pessoas possam decidir, errar e aprender juntas; sem medo de perder espaço, mas com vontade de gerar impacto.”

A visão de Camilla dialoga com a tendência apontada por estudos recentes da deBernt Executive Intelligence, que mostram que organizações com modelos de liderança distribuída apresentam até 27% mais engajamento e 18% mais retenção de talentos estratégicos.

O futuro é compartilhado

A transição para uma liderança horizontal exige consistência cultural, paciência e coragem para repensar o papel do líder,  que deixa de ser o centro do poder e passa a ser o catalisador do aprendizado coletivo.

Mais do que um modelo de gestão, trata-se de uma mudança de mentalidade: liderar é criar espaços onde a confiança produz resultados e o propósito dá sentido ao crescimento. É nesse equilíbrio entre autonomia e responsabilidade que o futuro das organizações será construído, por líderes que entendem que o poder de transformar não está no comando, mas na conexão.