IA e power skills: Como essa nova aliança pode transformar liderança e produtividade

A automação está transformando o trabalho e colocando as habilidades humanas no centro das estratégias corporativas. Comunicação, criatividade, pensamento crítico e liderança são as novas competências-chave para gestores e equipes. Saiba como a IA potencializa esse movimento e por que líderes precisam repensar o desenvolvimento de talentos para criar times mais engajados, produtivos e preparados para o futuro.

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Em um cenário corporativo cada vez mais moldado pela tecnologia, surge uma certeza: as habilidades humanas, antes vistas como complementares, agora ocupam lugar de destaque na agenda de líderes e organizações. Comunicação, criatividade, pensamento crítico, persuasão, escuta ativa e curiosidade são exemplos claros das chamadas power skills, termo cunhado em 2019 por Josh Bersin, especialista em recursos humanos, para redefinir as até então conhecidas “soft skills”.

De acordo com Borja Castelar, palestrante e educador, e conforme mostrou pesquisa publicada pela HSM Management, essas habilidades já representam 85% do sucesso profissional. Com a chegada da Inteligência Artificial (IA) ao dia a dia das empresas, essa proporção deve crescer para 95%, reforçando o papel central das competências humanas no futuro do trabalho.

De fraquezas a fortalezas: uma mudança necessária

Durante décadas, o mundo corporativo concentrou esforços em apontar áreas de melhoria nos colaboradores. O resultado? Um ambiente que Castelar descreve como “sociedade das fraquezas”, no qual as pessoas são incentivadas a corrigir o que não fazem bem, em vez de potencializar aquilo em que já são naturalmente boas.

A IA, nesse contexto, traz a possibilidade de virar a chave: ao assumir tarefas repetitivas, libera tempo e energia para que líderes e equipes se concentrem nas competências humanas que impulsionam resultados e inovação.

O papel da liderança na era da IA

Dominar ferramentas de IA será tão essencial quanto falar inglês, mas essa não é a única prioridade. Líderes terão de garantir que a tecnologia amplifique talentos e fortaleça, e não apenas aumente a produtividade. Isso exige curiosidade genuína, escuta ativa, comunicação clara e estímulo ao aprendizado contínuo, habilidades que criam times engajados, preparados e resilientes.

Quando líderes direcionam seus esforços para o desenvolvimento das fortalezas, os resultados vão além da performance: refletem em maior retenção de talentos, inovação e uma cultura organizacional mais humana e colaborativa.

O futuro do trabalho: humano e tecnológico

A integração entre IA e power skills não ignora as fraquezas humanas, mas propõe uma nova lógica: o crescimento profissional baseado no que já somos bons. Essa mudança de mentalidade tem potencial para transformar a gestão de pessoas, construir ambientes corporativos mais estratégicos e inclusivos, além de preparar líderes e equipes para os desafios de um mercado em constante evolução.

Mais do que uma tendência tecnológica, trata-se de uma evolução cultural. Ao unir inteligência artificial e habilidades humanas, as empresas têm a oportunidade de criar times mais engajados, líderes mais inspiradores e resultados mais consistentes, tornando-se competitivas sem perder a essência humana que sustenta a inovação e o desenvolvimento.