IA e liderança: as decisões que moldarão a próxima década

Em 2025, a adoção da Inteligência Artificial no Brasil dobrou, com 25% das empresas já operando casos de uso e 67% considerando a tecnologia prioridade estratégica. Segundo Alfredo Pinto, sócio da Bain & Company, CEOs precisam se fazer cinco perguntas-chave: se estão acompanhando o ritmo da evolução, como a IA pode transformar o setor, como reforçar vantagens competitivas, como se preparar para mudanças estruturais e como liderar a transformação de forma ética. A ação rápida e estratégica é o diferencial para transformar potencial em impacto real e sustentável.

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A Inteligência Artificial (IA) já não é apenas uma promessa tecnológica: ela está moldando a forma como empresas operam, competem e entregam valor. No Brasil, sua adoção cresce em ritmo acelerado, e as implicações para a liderança executiva são estratégicas e urgentes.

Segundo pesquisa recente da Bain & Company, 25% das empresas brasileiras já possuem pelo menos um caso de uso baseado em IA, o dobro do registrado em 2024. Além disso, 67% consideram a tecnologia uma das cinco prioridades estratégicas, e 17% já a tratam como principal foco de investimentos. Os resultados confirmam o impacto: empresas que implementaram IA generativa registraram aumento médio de 14% em produtividade e 9% em resultados financeiros.

Para transformar esse potencial em vantagem competitiva sustentável, Alfredo Pinto, sócio da Bain & Company na América do Sul, propõe que todo CEO se faça cinco perguntas-chave.

Estamos acompanhando o ritmo?

A evolução da IA é exponencial. Organizações líderes não ficam na fase de testes: definem visão, alocam recursos, formam equipes capacitadas e já colhem resultados concretos. Empresas que agem cedo possuem três vezes mais talentos especializados e maior capacidade de gerar valor imediato.

Como a IA pode alterar meu setor?

Mais do que ganhos internos, a IA pode redefinir cadeias de valor inteiras e abrir espaço para novos entrantes. CEOs precisam identificar quais áreas de sua indústria estão mais vulneráveis à disrupção e decidir como se posicionar antes da concorrência.

Como a IA pode reforçar minhas vantagens competitivas?

O maior impacto da IA não está apenas na eficiência, mas na criação de novos produtos, experiências e modelos de negócio. Desde serviços personalizados até redesenho da jornada do cliente, a IA pode reposicionar empresas no mercado.

O que muda agora e como devo me preparar?

A adoção da IA exige revisão de processos, estruturas, cultura e infraestrutura tecnológica. Sem dados organizados e estratégia clara, seja via desenvolvimento interno, aquisição ou parcerias, a IA corre o risco de ficar restrita a projetos pilotos sem impacto real.

Como liderar essa transformação?

O protagonismo do CEO é fundamental. Cabe à liderança integrar IA à estratégia, alinhar dados, tecnologia e talentos, e garantir uso ético e transparente. Confiança e responsabilidade devem estar no centro da transformação.

Decisão, visão e coragem

Para líderes, o desafio deixou de ser compreender o potencial da IA e passou a ser agir com foco, urgência e propósito. As perguntas certas direcionam a estratégia, mas apenas decisões consistentes e visão de longo prazo transformam possibilidades em impacto real. O futuro pertencerá a quem souber liderar a transição com coragem e responsabilidade.