A liderança evolui de modelos hierárquicos para culturas baseadas em confiança, coerência e adaptabilidade. O artigo de Aline Rigo, Partner na deBernt, reflete sobre o gap entre discurso e prática e mostra como transformar desenvolvimento em identidade organizacional.
Por Aline Rigo, Partner na deBernt
A liderança evoluiu, saiu do modelo centrado no controle para um novo paradigma orientado por propósito, confiança e adaptabilidade. As organizações amadureceram seus discursos, revisaram programas e entenderam que liderar não é apenas entregar resultados, mas sustentar cultura e inspirar coerência.
Entre o discurso e a prática
Ainda assim, há um descompasso silencioso entre a intenção estratégica e a prática cotidiana.
Discute-se autonomia, mas as estruturas seguem hierárquicas. Defende-se visão de longo prazo, mas as decisões continuam sendo guiadas pela pressão trimestral. Valoriza-se a inovação, mas o erro ainda é tratado como ameaça.
Esse é o verdadeiro gap de liderança: o espaço entre o que a empresa diz valorizar e o que, de fato, reforça no dia a dia. O problema não está no preparo técnico dos líderes, e sim na incoerência sistêmica de culturas que ensinam novos comportamentos, mas continuam premiando velhos padrões.
Liderança que se traduz em cultura
A liderança evolui de fato quando discurso e prática se encontram na cultura.
Desenvolvimento, então, deixa de ser uma agenda de capacitação e passa a ser um sistema vivo, capaz de promover reflexão, ajuste e maturidade coletiva. É nesse ponto que a liderança deixa de ser promessa e se torna identidade, um ativo que sustenta a coerência entre propósito e performance.
Do discurso à identidade organizacional
Empresas que reconhecem e endereçam seus gaps de liderança fortalecem sua capacidade de transformação. Quando coerência se torna prática cotidiana, o líder não apenas entrega resultados, mas traduz valores em decisões e cultura.O futuro da liderança não pertence a quem domina o discurso, mas a quem o transforma em sistema, porque liderar, em última instância, é alinhar intenção e impacto.