A 27ª Annual Global CEO Survey, promovida pela PwC, entrevistou mais de 4.700 executivos em cerca de 105 países e territórios, buscando entender o quanto esses profissionais estão sendo pressionados a reinventar seus negócios devido à alta volatilidade do mercado.
A 27ª Annual Global CEO Survey, promovida pela PwC, entrevistou mais de 4.700 executivos em aproximadamente 105 países e territórios, buscando entender o quanto esses líderes estão sendo pressionados a reinventar suas organizações devido à alta volatilidade do mercado.
Apesar do crescente otimismo em relação à economia global — a parcela de entrevistados que acredita na melhora do cenário nos próximos 12 meses mais que dobrou —, as expectativas positivas não se traduzem em complacência. 45% dos CEOs afirmaram que suas empresas não sobreviverão mais de dez anos se mantiverem o curso atual, um aumento de seis pontos percentuais em comparação ao ano passado.
As megatendências disruptivas — especialmente aquelas que impulsionam mudanças nos modelos de negócios, como os avanços tecnológicos — foram apontadas como as principais responsáveis pelo impacto significativo previsto nos fundamentos das corporações para os próximos três anos. Diante dessas previsões, os CEOs estão adotando medidas audaciosas para promover a transformação de suas empresas, um desafio que envolve a superação de diversos obstáculos.
Inércia estratégica
Apesar da urgência por transformação, quase dois terços dos CEOs relataram que realocam apenas 20% ou menos dos recursos de suas empresas de um ano para o outro, e cerca de 30% mencionaram realocações de 10% ou menos.
Esses números sugerem que oportunidades potenciais estão sendo desperdiçadas, já que níveis mais altos de realocação anual têm sido associados a maiores índices de inovação e aumento das margens de lucro.
A agilidade na distribuição de recursos — desde decisões estratégicas de renovação de portfólio até ajustes cotidianos em nível de projeto — é um atributo marcante de empresas de alto desempenho. Portanto, os CEOs devem dar atenção especial às escolhas de alocação para aumentar a capacidade de suas organizações de se reinventarem.
Mudanças tecnológicas aceleradas
Os CEOs veem o ritmo acelerado de adoção da Inteligência Artificial (IA) como uma faca de dois gumes.
Cerca de 60% dos entrevistados esperam que a GenAI melhore a qualidade dos produtos e serviços de suas empresas. Quase 70% acreditam que essa tecnologia aumentará a concorrência, impulsionará mudanças nos modelos de negócios e exigirá novas habilidades da força de trabalho. No entanto, mais da metade considera que a IA provavelmente ampliará a disseminação de desinformação nas organizações.
Para mitigar esses desafios, é recomendada a definição de prioridades claras, focadas nos maiores riscos, e o estabelecimento de controles internos rigorosos para a proteção de dados, com atenção especial ao gerenciamento de ameaças por fornecedores e outros terceirizados. Além disso, é essencial desenvolver estratégias sofisticadas para enfrentar riscos cibernéticos, incluindo o uso de ferramentas de IA na defesa digital.
Inércia organizacional
Os entrevistados afirmaram que 40% do tempo dedicado a reuniões, processos administrativos e e-mails é ineficiente, assim como 35% do tempo investido em encontros para tomada de decisão.
Os executivos precisam reconhecer que muitas dessas limitações estão sob seu controle direto e utilizar os recursos disponíveis — como processos internos, habilidades da equipe e capacidades tecnológicas — para superar esses obstáculos, que representam um peso tanto para a eficiência quanto para o ímpeto de inovação.
A reinvenção é essencial para líderes que desejam não apenas sobreviver, mas também prosperar em um futuro incerto.
Os CEOs precisam estar preparados para reavaliar continuamente suas estratégias, investir em mudanças tecnológicas e organizacionais e enfrentar as inércias que limitam a flexibilidade e a inovação em suas empresas. A capacidade de adaptação rápida será um diferencial cada vez mais importante nos próximos anos, e as organizações devem estar prontas para aproveitar novas oportunidades e assegurar um futuro sustentável.