Do discurso à estratégia: o verdadeiro impacto do ESG nas organizações

O ESG deixou de ser pauta de reputação e se tornou um imperativo estratégico para as empresas que desejam crescer de forma sustentável. Com base no artigo da HSM Management assinado por Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME) e presidente do W20, este conteúdo mostra como o eixo social é o maior desafio e a maior oportunidade, para gerar impacto e resultados duradouros.

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ESG deixou de ser uma pauta de reputação e se tornou uma pauta de sobrevivência corporativa. Em um ambiente de negócios onde o impacto social, ambiental e ético influencia diretamente a competitividade, integrar esses pilares à estratégia deixou de ser diferencial, é uma necessidade estrutural.

As empresas que tratam o ESG apenas como uma ferramenta de marketing ou uma resposta às pressões regulatórias tendem a ficar para trás. Aquelas que o incorporam à cultura, ao contrário, constroem vantagem competitiva sustentável, fortalecem a inovação e criam conexões genuínas com seus públicos.

De acordo com artigo publicado pela HSM Management e assinado por Ana Fontes, empreendedora social, fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME) e presidente do W20 (grupo de engajamento do G20), ESG não é filantropia, é estratégia. A autora reforça que, quando o impacto social faz parte do negócio, o crescimento da empresa e o desenvolvimento da sociedade caminham juntos.

Do discurso à prática: o desafio do eixo social

Entre os três pilares do ESG, Environmental, Social e Governance, o social é o mais complexo de ser consolidado. Ele exige coerência entre discurso e ação, políticas consistentes de diversidade, inclusão, equidade e práticas de trabalho éticas e saudáveis.

Um estudo da Beon ESG, em parceria com a Nexus e a Aberje, mostra que 51% das médias e grandes empresas brasileiras já têm alguma estratégia de sustentabilidade, mas apenas 27% realizam avaliações de materialidade e 20% publicam relatórios dedicados ao tema, sinal de que ainda há um longo caminho de amadurecimento.

A Rede Mulher Empreendedora (RME) tem se posicionado como uma ponte entre o setor corporativo e o impacto social efetivo, conectando empresas e empreendedoras por meio de programas de geração de renda, capacitação técnica, crédito acessível e digitalização. Esses projetos não apenas mudam histórias individuais, mas também fortalecem a competitividade e o posicionamento das organizações envolvidas.

Impacto que gera valor e resultados

Negócios que internalizam o ESG de forma genuína colhem resultados concretos, atraem talentos, fidelizam clientes e aumentam sua capacidade de inovação. Mais do que indicadores ambientais ou de governança, o valor está em construir cultura e propósito.

Um dos exemplos mencionados por Ana Fontes é o programa da RME voltado a mulheres empreendedoras das periferias, que, com apoio técnico, mentorias e microcrédito, conseguiram dobrar o faturamento e transformar seus negócios em referências locais. Casos assim demonstram que impacto social e resultado financeiro não são opostos, mas forças complementares quando sustentados por estratégia e consistência.

ESG não é doação, é corresponsabilidade

Um dos equívocos mais comuns é associar o ESG à ideia de doação ou caridade. Na realidade, trata-se de cocriação e corresponsabilidade. Empresas maduras nesse tema não “ajudam” comunidades, elas constroem com elas, assumindo compromissos contínuos e medindo resultados de forma transparente.

Como reforça Ana Fontes, ESG é uma equação em que todos ganham, o negócio cresce, o entorno se desenvolve e o legado se fortalece. É essa visão de longo prazo que diferencia empresas que apenas cumprem normas daquelas que lideram movimentos de transformação.

O futuro é estratégico

O futuro das organizações será definido por quem entende que impacto social não é custo, mas investimento estratégico. ESG não deve estar em relatórios, mas em decisões de produto, cultura e liderança.

Empresas que adotam essa mentalidade tornam-se agentes de mudança, alinhando propósito e desempenho. Quando sustentabilidade, diversidade e governança caminham juntas, o resultado é crescimento consistente, para o negócio e para a sociedade.