Liderar na nova economia exige mais do que estratégia: requer bagagem, vivências, aprendizados e conexões que ampliam a visão de mundo do líder. Em um cenário diverso e hiperconectado, apenas conhecimento técnico não garante competitividade. Exemplos como Satya Nadella e Edu Lyra mostram como propósito e sensibilidade potencializam o impacto da liderança. Essa base se constrói continuamente, unindo profundidade, visão de futuro e propósito real.

Em um mundo diverso, veloz e hiperconectado, liderar exige muito mais do que formular estratégias e acompanhar indicadores. É preciso ter um conjunto vivo de vivências, referências, aprendizados, trocas e inquietações que moldam a forma como um líder interpreta cenários, toma decisões e se conecta com pessoas.
Segundo Bruno Padredi, fundador e CEO da B2B Match, com mais de duas décadas no mercado de eventos corporativos e responsável por conectar mais de mil tomadores de decisão no Brasil, a liderança que acompanha o mundo real é um dos maiores desafios da atualidade, independentemente do setor de atuação.
Por que essa bagagem se tornou indispensável
Transformações profundas no ambiente de trabalho, formatos híbridos e a chegada de novas gerações e perfis profissionais tornaram insuficiente o modelo de liderança centrado apenas em conhecimento técnico ou análise de performance.
O líder que se restringe a ler relatórios e participar de reuniões de conselho corre o risco de não antecipar mudanças culturais nem compreender novos desejos de consumo, perdendo relevância e espaço de mercado.
Essa bagagem também envolve sensibilidade: propósito, escuta ativa, curiosidade genuína e compromisso ético. É a capacidade de compreender pessoas e contextos além dos números.
Propósito como pilar
Na nova economia, propósito não é um conceito acessório. É o que conecta experiência e visão à geração de valor real. Vai além de ROI e métricas operacionais, refletindo na forma como líderes orientam suas decisões e conduzem equipes.
Dois exemplos ilustram essa visão:
- Satya Nadella, CEO da Microsoft, que ao assumir em 2014 trouxe, além de sua expertise tecnológica, uma cultura corporativa baseada em empatia, inclusão e colaboração;
- Edu Lyra, fundador da Gerando Falcões, que transformou sua história pessoal em um projeto de impacto social, conectando comunidades em desenvolvimento a conselhos de grandes empresas, com foco em educação, qualificação e geração de renda.
Uma construção contínua
A boa notícia é que essa base de experiências e referências não é estática — é um processo contínuo de aprimoramento. Ela se expande por meio de vivências diversas, interações genuínas, aprendizado constante e reflexões profundas.
Para líderes, isso significa:
- Buscar experiências além da zona de conforto;
- Manter escuta ativa e abertura para novos pontos de vista;
- Atualizar-se constantemente sobre tendências, mercados e comportamento humano;
- Agir sempre com propósito claro e alinhado aos valores da organização.
Liderar no cenário atual vai muito além de executar estratégias: exige profundidade, visão de futuro e propósito genuíno, construídos a partir de uma trajetória rica em experiências, aprendizados e interações que se renovam continuamente. Essa base, alimentada por vivências diversas e escuta ativa, amplia a capacidade de compreender pessoas, contextos e mercados, permitindo antecipar tendências, identificar mudanças culturais e responder com assertividade a desafios complexos. Ao desenvolver esse capital intelectual e emocional, líderes equilibram resultados imediatos com impacto sustentável, inspiram equipes, inovam em processos e conectam o negócio à sociedade, demonstrando sensibilidade estratégica para construir o futuro em um mundo cada vez mais diverso, veloz e hiperconectado.