Seja numa empresa grande ou de médio porte, a existência de um “plano de carreira” para os funcionários sempre é motivo de atenção e elogios. Na […]
Seja numa empresa grande ou de médio porte, a existência de um “plano de carreira” para os funcionários sempre é motivo de atenção e elogios. Na maioria das vezes, porém, trata-se na verdade de um “plano de sucessão”. O que quer dizer? A empresa está se resguardando, fazendo um banco de talentos para cobrir vagas que surgem por aposentadoria, promoções ou demissões. Quando o processo não atinge todos os colaboradores, mas apenas alguns selecionados, não pode ser considerado um plano de carreira. Em resumo, é algo para o bem da empresa e que, eventualmente, pode beneficiar o funcionário que será promovido.
Nas empresas de pequeno porte não existe plano de sucessão ou plano de carreira, elas não têm folga de orçamento para fazer um estoque de talentos, as pessoas vão sendo promovidas ou contratadas conforme o necessário. Mais econômica, a opção por promoção interna é a mais usual, também como uma forma de reconhecer o funcionário da casa. Para estar em primeiro lugar quando surgir a vaga, é preciso estar preparado e demonstrar a competência necessária ao cargo. E isso não depende só da empresa.
Não é difícil perceber a carreira como uma responsabilidade do indivíduo, não da corporação. Pensar e planejar são armas fundamentais para crescer profissionalmente. O que quero dizer é que a carreira é sua, não da empresa. Logo, quem deve ter um plano para ela é você.
Durante muito tempo na minha vida, cumpri o plano de carreira da empresa na qual trabalhava. Viajei muito, mudei de cidade várias vezes, levando a família comigo. Demorou, mas percebi que cabia a mim planejar minha carreira. Foi o que fiz e percebi mudanças significativas, para melhor. Meu exemplo não é o único. Conheço dois irmãos jovens, com comportamentos completamente diferentes em relação à carreira. Ambos inteligentes e cheios de potencial. O primeiro vai de emprego em emprego, em áreas diferentes, conforme as circunstâncias. Já fez de tudo. Ele tem um trabalho, não uma carreira, e suas preocupações são com o hoje. O segundo entrou na faculdade de Educação Física e logo percebeu um nicho de mercado do qual gostava. Foi se aperfeiçoando nele, como atleta, competindo regional e nacionalmente. Logo surgiram academias interessadas no seu conhecimento, que ele aumenta com cursos direcionados. Depois de quatro anos, perto de se formar, não faltam convites para trabalhar na área, alunos interessados em tê-lo como treinador e vejo no futuro a possibilidade de ele empreender seja em academia ou como consultor. Enfim, uma carreira que começou a ser construída com foco e que está muito bem encaminhada.
Com esses exemplos, quero mostrar que é preciso saber onde se quer chegar para então construir uma carreira com esse objetivo. Para começar, trace metas em três dimensões. No curto prazo (uma a dois anos), pense no que é preciso para crescer dentro da empresa, como melhorar sua atuação e em fazer cursos rápidos, para se aperfeiçoar sempre. No médio prazo (três a cinco anos), planeje as funções que quer exercer, se é necessário mudar de setor ou mesmo de emprego, que habilidades precisa desenvolver para isso e como obtê-las. Em longo prazo, avalie onde e como quer estar no futuro, incluindo sua aposentadoria.
Coloque suas metas no papel, ficará mais fácil visualizá-las e perceber como está avançando e quando precisa mudar. Logo vai perceber que o que outros chamam de sorte (mas na verdade é fruto do seu trabalho e determinação) vai estar mais presente na sua vida. Só depende de você.