Frameworks não garantem resultados por si só. Este artigo mostra como OKRs, Team Topologies e o modelo BAPO podem destravar valor em times de produto, evitando que metodologias virem burocracia. O foco está no alinhamento estratégico, na autonomia das equipes e na criação de estruturas que realmente impulsionam inovação e resultados sustentáveis.
deBernt
De acordo com uma recente publicação da HSM Management, assinada por João Zanocelo, cofundador e VP de Produto da BossaBox, a verdadeira agilidade não está em acumular frameworks ou processos, mas em transformá-los em ferramentas para gerar impacto real.
Em meio à pressão por resultados e inovação, muitas empresas ainda confundem agilidade com acúmulo de frameworks e processos. Mas, como destaca Zanocelo, o verdadeiro papel de metodologias como OKRs e Team Topologies não é adicionar camadas de controle, e sim liberar times para gerar valor contínuo e conectado à estratégia.
De acordo com especialistas reunidos no evento “OKRs e Topologia de Times de Produto e Tecnologia na Prática”, a chave está em unir propósito, autonomia e desenho organizacional inteligente, e não em seguir modelos de forma mecânica.
Quando frameworks viram burocracia
O problema não é o uso de OKRs ou dashboards, mas como eles são aplicados. Em muitos casos, metas são simplesmente repassadas de cima para baixo, gerando desengajamento e distanciamento entre estratégia e execução. O Team OKR surge como alternativa: a liderança define o norte, mas são os times que detalham seus próprios objetivos, criando maior alinhamento e senso de responsabilidade.
Estrutura como alavanca de valor
A forma como os times são desenhados influencia diretamente na capacidade de entrega. Dependências criadas por modelos de organização engessados são um dos principais gargalos da inovação. O modelo BAPO propõe inverter a lógica: começar pelo negócio (B), depois arquitetura (A), processos (P) e, por fim, a organização (O). Ou seja, organizar-se para maximizar fluxo de valor, e não preservar organogramas.
Cinco pilares para evoluir times de produto
A integração entre OKRs e Team Topologies só funciona se apoiada em cinco fundamentos:
- Clareza de propósito.
- Estrutura intencional.
- Gestão de dependências.
- Ritmo de alinhamento.
- Evolução contínua.
Sem isso, ou a autonomia se perde em esforços desconectados, ou as metas ficam apenas no papel.
Para além dos documentos
No fim, estratégia e agilidade não se medem em relatórios ou apresentações. O desafio das lideranças está em construir pontes entre o “porquê” estratégico e o “como” organizacional, garantindo que cada time trabalhe conectado ao objetivo maior: gerar valor real e contínuo para o cliente.
Isso significa ir além da aplicação mecânica de frameworks. É criar um ambiente em que os times entendam claramente seu propósito, tenham espaço para assumir responsabilidade e sejam apoiados por estruturas que favoreçam experimentação e aprendizado contínuo. Quando isso acontece, metodologias deixam de ser burocracia e se tornam instrumentos vivos para inovação, alinhamento e impacto estratégico.