No ambiente corporativo, o excesso de programas e treinamentos pode gerar mais dispersão do que aprendizado. Como destacou a Harvard Business Review, equipes precisam equilibrar performance e desenvolvimento sem cair na armadilha do acúmulo. Mais do que quantidade, o que importa é a relevância estratégica das competências trabalhadas, que orientam decisões, fortalecem lideranças e impulsionam resultados sustentáveis.

Vivemos uma era em que muitas empresas acreditam que quanto mais treinamentos, campanhas e frameworks oferecem, mais preparadas estarão para o futuro. Mas será que estamos realmente aprendendo ou apenas acumulando?
De acordo com uma publicação recente da Harvard Business Review, as organizações esperam que as equipes entreguem performance impecável no presente e, ao mesmo tempo, se reinventem continuamente para o futuro. Essa corrida para “fazer tudo ao mesmo tempo” parece virtuosa, mas, sem clareza de propósito, transforma-se em sobrecarga e dispersão.
O risco do acúmulo sem propósito
A lógica de medir impacto pelo número de horas de treinamento ou pela quantidade de programas realizados cria uma falsa sensação de avanço. Horas acumuladas mostram movimento, mas não garantem mudança significativa. O que realmente faz diferença são decisões mais conscientes, lideranças mais preparadas e culturas mais fortes.
Exceções existem em áreas regulatórias, como Segurança do Trabalho, em que a carga horária é definida por lei. Fora isso, quantidade é apenas atividade; resultado é outra coisa. É como na alimentação: não é o tamanho do buffet que define saúde, mas o que de fato nutre. No mundo corporativo, acumular treinamentos sem foco é como consumir calorias vazias.
O que realmente importa
A resposta não é abandonar programas de aprendizagem, mas investir com intencionalidade. Equipes sem aprendizado ficam reféns do improviso, da repetição e da obsolescência de competências críticas. Por isso, mais do que acumular, é preciso escolher com clareza o que importa.
Campanhas de aprendizagem devem convocar à ação concreta; competências estratégicas precisam estar sempre atualizadas e conectadas ao negócio; e a cultura deve reforçar, valorizar e replicar os aprendizados para que se tornem prática, não apenas discurso.
Aprender com intencionalidade
Evitar o acúmulo significa organizar a aprendizagem como se organiza uma casa: cada coisa em seu lugar, fácil de acessar quando necessário. Não listas extensas, mas um conjunto claro de competências prioritárias que orientem decisões, fortaleçam lideranças e sustentem resultados.
Na deBernt, acreditamos que aprendizagem clara e relevante não é sobre quantidade, mas sobre transformação. As jornadas de desenvolvimento devem ser desenhadas para que cada competência se torne um alavancador de impacto real, hoje e no futuro.
A pergunta não é se sua empresa investe em desenvolvimento. A pergunta é: sua organização está aprendendo com foco e clareza para gerar mudanças significativas ou apenas acumulando iniciativas para se sentir ocupada?