Afiando o machado

Quero compartilhar com vocês o que um candidato, de um dos meus processos seletivos, com quase cinquenta anos de vida e mais de 20 anos atuando […]

Categorias: Sem categoria
deBernt deBernt

Quero compartilhar com vocês o que um candidato, de um dos meus processos seletivos, com quase cinquenta anos de vida e mais de 20 anos atuando no mundo comercial, me falou em menos de 30 minutos de conversa. Ele citou uma frase de autor desconhecido que achei maravilhosa. Penso que é sobre estratégia de execução!

Ele disse: Veja! “Se eu tivesse apenas uma hora para cortar uma árvore, eu usaria os primeiros quarenta e cinco minutos afiando meu machado.”

Penso que trabalhar com Recursos Humanos é também a respeito disso. É, por exemplo, entendermos que por traz de 5 grandes montadoras, existem um universo de fornecedores, os fornecedores, dos fornecedores. Um ecossistema inteirinho de empresas/pessoas que podemos nos relacionar e criarmos o nosso desejado networking.

Vejo que atuar em Recursos Humanos exige que sejamos cada vez mais assertivos em nossas conduções. Melhorarmos continuamente nossos processos. Refletirmos a respeito de nossas práticas e a forma como conduzimos nossas demandas.

Acredito que não é novidade o que estou falando. Contudo, penso que o óbvio precisa ser dito. Nos cabe parar de apagar incêndios e sermos mais proativos e preditivos. Parceiros estratégicos do negócio, respaldados em informações e dados. Relevantes nas decisões organizacionais, de curto, médio e longo prazo.

No mundo atual, como disse Simon Sinek: “100% dos clientes são pessoas. 100% dos colaboradores são pessoas. Se você não entende de pessoas, você não entende de negócios.” Ou seja, temos que nos aproximar sim dos negócios, mas principalmente estarmos próximos das pessoas. São elas que nos respaldam nas decisões, indicam caminhos, fecham propostas e parcerias. As relações humanas são estratégicas para fomentar e manter negócios, numa era em que o conhecimento é diferencial competitivo.

Recentemente, pude conduzir um processo de seleção para um Executivo de RH. Percebo, cada vez mais, que RH Estratégico é aquele que investe tempo e energia no planejamento, nas ferramentas e processos. Estabelece relacionamentos próximos, cria confiança e parcerias com o entorno e promove conteúdo relevante.

No RH estratégico, vejo o quanto o modelo de Business Partner que atua bem próximo dos gestores e dos negócios traz resultados. Contar com áreas especialistas que prestam suporte ao negócio, inserir indicadores e ferramentas de gestão atualizadas. Além, é claro, de um canal de comunicação direto junto ao corpo Diretivo, fazem toda diferença.

Existe diversos planos de ação que podem ser adotados numa estrutura profissionalizada e estratégica, mas todas elas só funcionam quando alinhadas há um bom planejamento de execução e certo investimento. A metodologia 5W2H já nos indica um bom caminho. Ao conduzir um projeto, precisamos ter clareza e eficiência, pensarmos na execução: “O que? Para que? Onde? Quando? Como? Por quem será feito? E quanto custará?” Fazemos um bom plano antes de iniciar um projeto, ou saímos direto para a ação?

Vejo que para nos tornarmos mais relevantes, precisamos sair do lugar comum, agir de forma mais preventiva e preditiva. Caso contrário, manteremos o RH de forma operacional, sendo muitas vezes corretivo, reativo e distantes das pessoas. Aí, corremos o risco de paramos no tempo.  

Aquele candidato da área comercial, me fez repensar que todos nós somos vendedores de algo em algum grau. Independente do perfil de vendas, precisamos definir a estratégia de execução. Não importa se uns são puro perfil Hunter, excelentes em caçar novas oportunidades. Ou ótimos como Farmer, com habilidades super desenvolvidas em atender e contribuir com a manutenção de um bom relacionamento. Precisamos agir como Closer e sermos imprescindíveis na decisão final de um cliente. E todos com quem nos relacionamos, são potenciais clientes.

Quanto a nós RH’s?! Representamos a empresa, a marca, a imagem da corporação. Somos a tal área de “GENTE”, embaixadores da organização.  E se não aplicarmos nosso tempo em criar estratégias assertivas, estabelecer alianças importantes e investir em ferramentas resolutivas na condução dos processos. Certamente, sairemos por aí atirando para todos os lados e gastando muito mais energia do que precisávamos. Caso, tivéssemos começado todo o trabalho afiando o machado. 

Rahyane Figueiredo
Consultora de Talento, Transição e Transformação Sênior da De Bernt